12 de dez. de 2006

The Good-Morrow


(POEMA)
Aquela que te deu a luz te criou
E comigo teu coração lacrou
Minha marca trazes em teu braço
Pois o amor é forte como a morte
Meu rosto em teu olhar
E, o teu, o meu reflete
E do manto do rosto
o coração se veste
Um par de hemisférios que melhor se complete
Onde há, sem norte ou declinante oeste?
Em desigualdade tudo o que morre está
Se nosso amor é um só e formamos um par
De amor tão igual e
forte ninguém morrerá

Espanta-me, em verdade, o que fizemos, tu e eu
Até nos amarmos? Não estaríamos ainda criados,
E, infantilmente, sorvíamos rústicos prazeres?
Ou ressonávamos na cova dos Sete Santos Adormecidos?
Assim era. Salvo este, todos os prazeres são fantasia.
Se alguma vez qualquer beleza eu de fato vi,
desejei e obtive, não foi senão um sonho de ti.

E agora, bom dia às nossas almas que acordam,
E que, por medo, uma à outra se não contemplam;
Porque Amor todo o amor de outras visões influencia
E transforma um pequeno quarto numa imensidão.
Deixa que os descobridores partam para novos mundos,
E que aos outros os mapa-mundi sobre mundos mostrem.
Tenhamos nós um só, porque cada um possui, e é um mundo.

A minha face nos teus olhos, e a tua nos meus, aparecem,
Que os corações veros e simples nas faces se desenham;
Onde poderemos encontrar dois melhores hemisférios,
Sem o agudo Norte, nem o declinado Oeste?
Só morre o que não foi proporcionalmente misturado,
E se nossos dois amores são um, ou tu e eu nos amamos
Tão igualmente que nenhum abranda, nenhum pode morrer.

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